"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

Elsa (Frozen) ♥

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Antes eu não tinha Instagram... agora eu tenho.

Quando a logo do Instagram era este acima eu nem sonhava em criar uma conta. E só agora, a partir da quinta-feira passada, 19 de outubro de 2017, com a nova logomarca (foto abaixo), eu resolvi criar, embora eu acompanhe e "curto" mais as postagens dos outros do que publico minhas fotos. Mas quem quiser me seguir, o endereço é  instagram.com/jeaneportelense . Ambas as logomarcas são bonitinhas, não? :)


Beyoncé - "Pretty Hurts" ("A Beleza Machuca")




Capa do single "Pretty Hurts" da Beyoncé

Não é novidade alguma dizer que Beyoncé impressiona com a sua bela voz. Aqui eu vou falar de uma música que me comoveu muito e que seria um consolo para nós, mulheres e garotas que estamos "fora dos padrões de beleza" sob a visão dos meios de comunicação ou até mesmo da sociedade.
"Pretty Hurts" é uma música gravada por Beyoncé para o álbum que leva o seu nome lançado em 2014. Co-escrita pela cantora e musicista australiana Sia, famosa por emprestar sua bela voz à música "Titanium"( de Nick L. Van De Wall, Giorgio Hesdey Tuinfor, David Guetta e Sia Kate Furler, 2011) do DJ francês David Guetta, a música é uma forte crítica à ditadura da beleza feminina pregada pela mídia, como também estimula as mulheres serem felizes consigo mesmas, independentemente da sua aparência física. Sia também participa da gravação da música como a backing vocal. (Genius.Com)

A cantora, compositora e musicista Sia.

No videoclipe que trabalha na história da canção mostrando a duríssima rotina das modelos, Beyoncé faz o papel da Miss Third Ward (um bairro de Brooklyn) que se candidata a Miss Universo e se sacrifica para se encaixar na tal perfeição. Só de assistir ao vídeo, a gente fica em choque e, ao mesmo tempo, exausta com tantas exigências impostas às modelos para que elas sejam "impecáveis". Logo no começo, ao se pesar e tirar medidas de seu corpo, a personagem de Beyoncé, linda e em boa forma, é absurdamente criticada pelo treinador do concurso (vivido pelo modelo Shaun Ross) por não estar "na medida certa".  Nos bastidores, muita disputa e brigas banais entre as candidatas. Sem falar nas cenas que fazem alusão aos distúrbios alimentares (bulimia), como na parte em que a cantora texana se debruça sobre um vaso sanitário e leva seu dedo pra dentro da boca e uma modelo figurante ingerindo bolas de algodão, tudo isso para vomitar, uma forma perigosíssima e superficial de emagrecer.
Outra exigência é que uma miss tem que ter uma inteligência invejável, respondendo a perguntas, em algumas vezes incoerentes, sobre assuntos aleatórios. Quando o apresentador do evento, vivido pelo ator Harvey Keitel (de "Pulp Fiction" e "Um Drink no Inferno"), pergunta à Beyoncé, ou melhor, à Miss 3rd Ward qual seria sua ambição na vida, ela tem um colapso e procura por palavras pra responder, um fato bem comum em concursos de miss. O videoclipe se encerra com imagens antigas da pequena Beyoncé agradecendo aos jurados por terem-na escolhido como vencedora de um concurso de música.
Fora do vídeo, Beyoncé expandiu a discussão sobre a definição de beleza e, junto à revista Time, convidou usuários do Instagram postarem fotos e vídeos que captassem o que a palavra "beleza" significa para cada um, utilizando a hashtag #WhatIsPretty, ou seja, "o que é beleza para você". Um assunto que deveria ser discutido sempre.
A seguir, a letra com tradução, videoclipe original e áudio-vídeo com legenda.

Sobre o videoclipe:
Fotografia: Nick Farrell
Produção de filmegem: Ross Levine, Karl Reid e Candice Ouaknine
Edição: Jeff Seelis
Direção: Melina Matsoukas
Atores participantes: Shaun Ross (treinador) e Harvey Keitel (apresentador)
Produção executiva: Kerstin Emhoff e Candice Ouaknine
Direção de fotografia: Jackson Hunt e Darren Lew
Coreografia: Frank Gatson
"Candidatas do concurso": Chloe Grade, Desiree, Naoumie Ekiko, Diandra Forrest, Maggie Geha, Jelena, Kaven, Gabby Kniery Kelsey Lear Lafferty, Veronica M, Renee Mittelstaedt, Jessica Novais, Sarah O, Talie Powell, Jae Ponder, Sarah Sarina, Jessica Sheenan Nikeva Stapleton, Stephanie Starface, Aster Thomas

Sobre a música:
Masterização: James Krausse
Engenheiros de gravação: Rob Suchecki e Ramon Rivas
Mixagem: Stuart White
Gravação: Stuart White
Participação especial: Sia - vocal de apoio (backing vocals)
Gravado em  Kings Landing, Jungle City Studios
Dia do lançamento: 10 de junho de 2014


"Pretty Hurts"
escrita por Beyonce Knowles, Joshua Coleman e Sia Kate Furler
interpretada por Beyoncé
© Kobalt Music Publishing Ltd., Sony/ATV Music Publishing LLC, Warner/Chappell Music, Inc
(P) 2013 (gravação), 2014 (lançamento) Columbia Records / Sony Music Entertainment Group

[Intro: Harvey Keitel & Beyoncé]
Ms. Third Ward, your first question:

Miss Third Ward, sua primeira pergunta:
What is your aspiration in life?
Qual é sua ambição na vida?
Oh, well my aspiration in life would be... to be happy
Ah, bom, a minha ambição na vida seria... ser feliz


Mama said, you're a pretty girl
Mamãe disse: "você é uma menina linda
What's in your head it doesn't matter
O que você tem em sua mente não importa
Brush your hair, fix your teeth
Escove o seu cabelo, corrija seus dentes
What you wear is all that matters
O que você veste é o que realmente vale"
Just another stage
Só mais uma etapa
Pageant the pain away
O concurso afasta a dor
This time I'm gonna take the crown
Desta vez eu vou ganhar a coroa
Without falling down, down
Sem desmoronar

Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Perfection is the disease of a nation
A perfeição é a doença da nação
Pretty hurts, pretty hurts
A beleza machuca, a beleza machuca
Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Tryna fix something
Tentamos consertar algo
But you can't fix, what you can't see
Mas não dá, e o que você não consegue perceber é que
It's the soul that needs the surgery
É a alma que precisa de cirurgia

Blonder hair, flat chest
Cabelo mais loiro, seios pequenos
TV says bigger is better
A televisão diz que quanto maior, melhor
South Beach, sugar free
Dieta de South Beach*, zero açúcar
Vogue says
A revista Vogue diz:
Thinner is better
"quanto mais magra, melhor"

Just another stage
Só mais uma etapa
Pageant the pain away
O concurso afasta a dor
This time I'm gonna take the crown
Desta vez eu vou ganhar a coroa
Without falling down, down, down
Sem desmoronar

Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Perfection is the disease of a nation
A perfeição é a doença da nação
Pretty hurts, pretty hurts
A beleza machuca, a beleza machuca
Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Tryna fix something
Tentamos consertar algo
But you can't fix what you can't see
Mas não dá, e o que você não consegue perceber é que
It's the soul that needs the surgery
É a alma que precisa de cirurgia

Ain't no doctor or pill that can take the pain away
Não há médico ou comprimido que possa curar essa dor
The pain's inside
Essa dor que está em você
And nobody frees you from your body
Ninguém vai tirar de seu corpo
It's the soul, it's the soul that needs surgery
É a alma que precisa de cirurgia
It's my soul that needs surgery
É a minha alma que precisa de cirurgia

Plastic smiles and denial can only take you so far
Sorrisos operados e negações só vão piorar as coisas
Then you break when the fake façade leaves you in the dark
E aí você se deprime quando a falsa aparência te deixa na escuridão
You left a shattered mirror
Você  deixou o espelho quebrado
And the shards of a beautiful past
Com os cacos de um belo passado

Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Perfection is the disease of a nation
A perfeição é a doença da nação
Pretty hurts, pretty hurts
A beleza machuca, a beleza machuca
Pretty hurts
A beleza machuca
Shine the light on whatever's worse
Evidenciamos o que temos de pior
Tryna fix something
Tentamos consertar algo
But you can't fix what you can't see
Mas não dá, e o que você não consegue perceber é que
It's the soul that needs the surgery
É a alma que precisa de cirurgia

When you're alone all by yourself
Quando você está totalmente só
And you're lying in your bed
E se deita em sua cama
Reflection stares right into you
As reflexões já estão dentro de você
"Are you happy with yourself?"
"Você está feliz consigo mesma?"
You stripped away masquerade
Você já jogou fora esta máscara
The illusion has been shed
A ilusão se apagou
Are you happy with yourself?
Você está feliz consigo mesma?
Are you happy with yourself?
Você está feliz consigo mesma?
Yes
Sim

*A dieta de South Beach é uma dieta criada nas praias do sul da Flórida, especificamente em Miami, pelo cardiologista Arthur Agatston, que enfatiza o consumo de bons carboidratos e boas gorduras. (Wikipédia)

Vídeo Oficial



Vídeo legendado (áudio original do álbum)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Nos deixou o sambista Ataulpho Alves Júnior



Ataulpho Alves Júnior faleceu na noite deste domingo, 15 de outubro, vítima de um infarto. Ele morreu em seu apartamento onde morava com a família na Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro. O enterro deve ser ocorrido  no Jardim da Saudade em Sulacap, bairro localizado na região do Realengo na Zona Oeste do município do Rio. O cantor havia completado 74 anos no dia 5 de agosto.

Ataulpho Alves Júnior é filho do cantor e compositor Ataulpho Alves (1909-1969). Amadrinhado artisticamente pela cantora Elizeth Cardoso (1920-1990) ele começou sua carreira em 1963 no Teatro Record em São Paulo e trabalhou com o pai até a morte deste, em 1969. Porém seu sucesso só aconteceu na década de 1970, com o sucesso "Os Meninos da Mangueira" da autoria de Rildo Hora e Sérgio Cabral Pai lançado tanto em compacto quanto no LP "Ataulpho Alves Júnior" (RCA Victor, hoje Sony Music, 1976). No ano seguinte, gravou "Feira Livre", também da dupla Sérgio Cabral Pai e Rildo Hora para a trilha sonora da novela "Dona Xepa" (Rede Globo, 1977). A partir dos anos 1980, Ataulpho Jr. foi sobrevivendo em discos e shows em tributo ao pai.
Eu não cheguei a conhecê-lo pessoalmente, mas ele e a esposa, a Maria Luiza (Malu) foram meus amigos de redes sociais. À noite, quando finalmente consegui acessar à internet, a princípio, eu não acreditei quando eu vi na primeira página de notícias o que aconteceu com Ataulpho Jr. até que fui para o site de buscas para confirmar. À Malu e à família, que Deus lhes dê conforto. Ataulpho Jr, fique com Deus.


Diário de Pernambuco:
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2017/10/16/internas_viver,726818/morre-o-sambista-ataulpho-alves-junior-aos-74-anos.shtml

Blog do Mauro Ferreira (G1)
http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/post/sai-de-cena-athaulfo-alves-junior-o-cantor-dos-meninos-da-mangueira.html

G1
https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/musica/noticia/morre-no-rio-cantor-ataulpho-alves-junior.ghtml


Ataulpho Jr. em tribiuto ao pai cantando "Meus Tempos de Criança" em 1976



Ataulpho Jr. cantando "Vida da Minha Vida" (escrita pelo pai, Ataulpho Alves) no programa Sr. Brasil da TV Cultura em 2015



Ataulpho Jr. - "Os Meninos da Mangueira" (de Rildo Hora e Sérgio Cabral Pai) - 1976





quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Matilda (filme de 1996) #DiaDasCrianças


"Matilda" ("Matilda", TriStar Pictures, 1996) é um dos filmes infantis que eu mais amo ver. E um dos clássicos da Sessão da Tarde da TV Globo.
O filme que recentemente virou peça musical, é baseado no livro de 1988 escrito pelo britânico Roald Dahl (1916-1990), o mesmo de "Charlie e a Fábrica de Chocolate" (1964) que inspirou os filmes "Willy Wonka and the Chocolate Factory" (Warner Bros., 1971) e "Charlie and the Chocolate Factory" (Warner Bros., 2005), ambos intituladas no Brasil como "A Fantástica Fábrica de Chocolate". Estrelado por Danny deVito (que também trabalha como diretor e narrador), Rhea Perlman, Pam Ferris (que fez o papel da tia Marge em "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban") e a menina Mara Wilson como protagonista, "Matilda" até hoje encanta gerações.



Matilda Wormwood (Mara Wilson / dublada por Fernanda Bullara* e Gabriela Cantú**) é uma criança brilhante e fã de literatura com apenas 6 anos. Ela é filha de pais ignorantes, Harry (Danny DeVito / dublado por Armando Tiraboschi* e Silvio Navas**), vendedor de carros de péssima qualidade a preços absurdos, e Zinnia (Rhea Perlman / dublada por Denise Simonetto* e Sônia Ferreira**), a dona de casa que só vive na mordomia. A garotinha descobre que tem poderes mágicos e faz acontecer uma série de coisas inusitadas em casa, especialmente quando seus pais se irritam com ela e seu irmão (Brian Levinson / dublado por Rodrigo Andreatto* e Gustavo Nader**) a provoca. Os pais e o irmão nunca percebem que Matilda é muito inteligente e está a ponto de ir à escola. Matilda vivia da casa para a livraria e da livraria para a casa, até que Harry vende um de seus carros para Agatha Trunchbull (Pam Ferris / dublada por Isaura Gomes* e Selma Lopes**), uma diretora linha-dura que controla a escola onde posteriormente Matilda é matriculada pelo pai. Em meio a tanta ditadura de Agatha no colégio, Matilda encontra conforto na amável e dedicada professora Honey (Embeth Davidtz / dublada por Sandra Mara Azevedo* e Andrea Murucci**) que tenta ajudá-la o máximo possível.

*Primeira dublagem: Estúdio Mastersound (1990-2009), São Paulo
**Segunda dublagem: Estúdio Delart, Rio de Janeiro


Leia também no site M de Mulher: Por onde andam os atores de "Matilda"
https://mdemulher.abril.com.br/famosos-e-tv/por-onde-andam-os-atores-de-matilda-o-filme-queridinho-dos-anos-90/

Leia também uma matéria da BBC Brasil muito interessante sobre a atriz Mara Wilson publicada no ano passado,  quando lançou sua autobiografia:
"De estrela mirim a jovem com depressão: atriz conta como sofreu com ditadura da beleza em Hollywood"
http://www.bbc.com/portuguese/geral-37444513?ocid=wsportuguese.ppc.social.facebook.sponsored-post.AEP-Brasil-MenWomen-Matilda.18-34.Ad1.mktg


Trailer 1



Trailer 2

"À Senhora Aparecida" - Padre Zezinho #300Anos



Este ano faz 3 séculos que Nossa Senhora Aparecida foi encontrada pelos pescadores do Rio Paraíba do Sul perto de Guaratinguetá, São Paulo. Em memória disso, foi criado o Ano Mariano, que iniciou-se no dia 12 de outubro de 2016 foi encerrado ontem, 11 de outubro.
Existe uma música do Padre Zezinho que eu só conheci há pouco tempo que se chama "À Senhora Aparecida" gravada originalmente em 1982 para o seu disco "Qualquer Coisa de Novo" (EDP, hoje Paulinas-COMEP, 1982). A música fala desde a aparição da imagem até a inauguração do Santuário.



"À Senhora Aparecida"
escrita e interpretada por Padre Zezinho, scj.
(P) 1982 EPD, Edições Paulinas Discos (hoje Paulinas-COMEP, Comunicação Musical Editora Paulinas)
Venho cantar meu canto, cheio de amor e vida
Venho louvar aquela a quem chamo "Senhora de Aparecida"
Venho louvar Maria, Mãe do Libertador
Venho louvar a Virgem de cor morena, por seu amor
Venho louvar a Virgem de cor morena por seu amor

Quero lembrar os fatos que aconteceram naquele dia
Quando por entre as redes, aquela imagem aparecia
Vendo surgir das águas a tosca imagem de negra cor
Agradeceram todos à Mãe de Cristo por tanto amor

Quero entender o culto que começou desde aquele dia
Muitos não compreendem, dizendo ser uma idolatria
Mas neste simbolismo daquela imagem, de negra cor
Chega-se com Maria ao santuário do Salvador

Torno a lembrar os fatos que agora tocam a tanta gente
Esta senhora humilde, de cor morena, se fez presente
Numa nação, aonde imperava a mancha da escravidão
Nossa Senhora escura nos diz que o Cristo nos quer irmãos

Hoje que eu vejo gente voltar contente de Aparecida
Penso na minha igreja com os pequenos comprometida
Penso nas diferenças que ainda ferem o meu país
Peço que a Mãe do Cristo conduza o povo ao final feliz

Hoje eu me fiz romeiro sem ilusão e sem utopia
Fui visitar a casa que construíram pra Mãe Maria
E, no meu jeito simples de entender esta devoção
Virgem morena eu disse: "Conduz meu povo à libertação"

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Quando digo que eu sou cantora... (parte 2)

Quando eu digo que sou cantora...
(clique na imagem para melhor visualização)


Os 50 anos do filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura"



Bodas de ouro, meio século. Este ano faz 50 anos que foi gravado o "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (Produções Cinematográficas RF Farias Ltda., 1967), o primeiro da trilogia de filmes protagonizados por Roberto Carlos no auge do sucesso. Como eu venho dizendo, foi com este filme que me tornei fã do Rei e que eu vi pela Rede CNT na noite do dia 4 de outubro de 1995 (SIM, hoje é 4 de outubro, rs rs!), quando eu tinha 13 aninhos (é, eu sei que o cantor tem aversão ao número...), contrariando o status quo de que adolescente só deveria curtir o que é do seu tempo e só consegui comprar com a mesada o CD relançado da trilha sonora em 1998, aos 16 anos. Ao saber do relançamento dos filmes do Roberto Carlos em DVD em 2001, comprei o aparelhinho só pelos 3 filmes. Loucura, mesmo. 😁


Capa do DVD


"A primeira superprodução estrelada por Roberto Carlos seguiu o mesmo estilo de 'Help!' (United Artists, 1965) grande sucesso dos Beatles. Nele, os truques cinematográficos da época não foram poucos e nem as namoradinhas, que ao todo eram sete. Neste filme de ação, Roberto Carlos entrou mesmo em ritmo de aventura, em que teve que brigar com muita gente_os bandidões"
Livro "Roberto Carlos Por Ele Mesmo", de Lázaro Martins (Martin Claret, 1994)



Sinopse

Roberto Carlos faz um filme, quando se vê perseguido por bandidos internacionais que queriam levá-lo para os Estados Unidos. Os bandidos o seguem em loucas correrias pela cidade, na estrada do Corcovado, em situações de perigo. (Adoro Cinema)
Além de Roberto Carlos, o filme foi estrelado por José Lewgoy (1920-2003) no papel do bandido francês Pierre, Reginaldo Farias, irmão de Roberto Farias, no papel do diretor cinematográfico, e a sumida Rose Passini, que fez a vilã Brigitte.

Sobre o filme



"O filme foi feito em cores em 1967, meia-sete.", disse Roberto Farias, o diretor da trilogia dos filmes do Rei no extra do DVD do primeiro dos três longas, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", corrigindo o erro dos que confundem o ano de produção, 1967, com a data do lançamento, que foi no começo do ano seguinte, 1968. Na época, Roberto Carlos, o astro do movimento Jovem Guarda, já era o artista mais prestigiado pela juventude e ninguém, nem mesmo o próprio cantor, sabia como seria a reação dos fãs com o filme. Foi pensando nisso que, segundo o diretor, o roteiro, feito por ele e Paulo Mendes Campos (1922-1991) foi elaborado para que não houvesse fatos que desagradassem ou frustrassem o público, ou seja, evitando que o mocinho, no caso o Roberto, amasse alguém, beijasse alguém e fosse sofrido fisicamente, diferentemente do rei do rock americano Elvis Presley (1935-1977) quando este estreou em vários filmes.
"Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" foi gravado em São Paulo, Copacabana (Rio de Janeiro) e Nova Iorque (Estados Unidos).
Em tempos em que não existiam os recursos tecnológicos para os efeitos especiais em filmes no Brasil, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" foi um trabalho perigosamente ousado. O Rei não gostava de ser substituído por dublês, então as cenas mais arriscadas foram feitas por ele mesmo, como correr sobre a muralha do Cristo Redentor onde havia o precipício. A respeito da cena do helicóptero no túnel naquela famosa cena do passeio aéreo que mostra o Rio de Janeiro de antigamente ao som de "Namoradinha de Um Amigo Meu" (de Roberto Carlos, 1966) e "Canzone Per Te" (de Sergio Endrigo e Sergio Bardotti, 1967), a canção que Roberto defendeu e venceu no Festival San Remo na Itália em 1968, a Detran do Rio de Janeiro isolou a rua para que realizassem a cena do  veículo pilotado pelo Comandante Antônio Carlos Nascimento passando pelo túnel que foi gravada duas vezes (clique aqui para ver a cena). 
A escolha das garotas e da vilã Brigite (vivida por Rose Passini, modelo e manequim de 22 anos) aconteceu através de um concurso na imprensa. A grande final ocorreu no auditório da TV Gazeta em São Paulo. Além de Passini, foram selecionadas como as namoradas do astro da Jovem Guarda a loura Mariza Levi, 18 anos, que também trabalhava na passarela e a morena Márcia Gonçalves, 16 anos, estudante carioca que quase beijou o cantor na famosa cena do terraço do Edifício Copan ao som de Quando" (de Roberto Carlos, 1967). Outras garotas que aparecem no topo do prédio perto do ídolo em ordem de apaição no videoclipe são as paulistas Ana Regina, 16 anos, a única que usava óculos, a nissei Guiomar Yukawa de 20 anos, Grace Lourdes, 18 anos, e a carioca Elisabeth Pereira, 20 anos. Era para estar ali também a futura atriz Sônia Braga, então com 17 anos, que participou do concurso, mas foi reprovada no teste, algo de que o Roberto Farias se arrependeria para sempre, afinal, ninguém tinha bola de cristal para prever que a jovem paranaense de Maringá faria um sucesso retumbante, tanto no Brasil quanto no exterior.

Foto: Página oficial Roberto Carlos (Facebook)

Os cinco escolhidos para representarem bandidos que formavam a gangue internacional que perseguia o Roberto Carlos quase nenhum deles era ator profissional. Jacques Jover era o bandido francês. O artista plástico Jannik Pagh, de bigode e cavanhaque, era o bandido russo. O cantor e ator Embaixador era um bandido africano que usava túnica. O bandido italiano era o publicitário Sergio Malta, o responsável pelas ilustrações da abertura  e encerramento do filme. E por fim, o caçula da gangue que era o carioca Frederico Mendes, 19 anos, que por ter cabelos e barba meio avermelhados, fez o bandido polonês que em uma das cenas, conduz Roberto Carlos com a arma na mão para dentro de uma enorme caixa que seria transportada de avião para uma sede da organização criminosa em Nova York. Curiosidade: Frederico Mendes, que se tornaria um fotógrafo renomado inclusive de capas de discos de artistas nacionais e internacionais, assinou a foto do cantor em Central Park em Nova York para a capa do LP de 1981 que trazia a clássica "Emoções" (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos).
As apresentações empolgantes de Roberto Carlos com a sua banda RC-5 diante dos pôsteres das cenas do filme foram gravadas no Teatro Record em São Paulo diante das fãs convidadas para o show. Só para o telespectador se sentir lá. 😍


Roberto Carlos correndo sobre a muralha do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Qualquer passo errado era um acidente fatal!


Um passeio com o Rei no helicóptero sobre Copacabana, Rio de Janeiro

Passando com helicóptero por baixo do túnel. Por pouco a hélice não encostou na parede.

Roberto Carlos no Cabo Kennedy, nos Estados Unidos, na cena do lançamento do foguete espacial.


O show do "brasa" Roberto Carlos!

OBSERVAÇÃO:
Só uma observação feita por um visitante nos comentários sobre as cenas arriscadas, inclusive lhe peço desculpas por eu não ter lido há tempo: o internauta questionou o porquê de esconder o dublê nas cenas do Cristo Redentor, etc., o que tudo indica que foi usado sim um dublê, ao contrário do que várias mídias falaram. Na minha opinião eu não duvido que houve. Ao visitante, obrigada pela observação

INFORMAÇÃO INCLUÍDA NO DIA 10 DE AGOSTO DE 2022:
E houve mesmo. Acabei de ler no ótimo livro "Roberto Carlos Outra Vez" de Paulo Cesar de Araújo (Editora Record, 2021): dentre vários candidatos a dublê, foi escolhido o paulista Red Wagner que já atuava na noite como sósia de Roberto Carlos no auge da Jovem Guarda. Nas cenas de briga era o próprio Roberto Carlos, mas quando precisava correr dos bandidos era a vez do Wagner, embora muitos alegam que o astro se arriscou nesse filme além do que se imaginara. O diretor Roberto Farias havia justificado que "Roberto Carlos tinha vontade de mostrar que podia fazer mais do que pensavam que ele fizesse. Geralmente um artista aceita o dublê por comorbidade. No caso do Roberto, era por uma deficiência física. E talvez por isso mesmo ele quisesse fazer todas as cenas possíveis". Quem corre na mureta é o Red Wagner e o que se joga na cara dos bandidos em seguida é o próprio Roberto Carlos.
Outra prova firme foi uma reportagem feita na época na Revista Intervalo em que Red Wagner foi entrevistado dizendo que também estava tentando ser cantor, mas que ninguém lhe dava oportunidade. (a foto abaixo da reportagem eu peguei de uma postagem na página Discografia Mundial de Roberto Carlos no Facebook, uma das melhores páginas sobre o cantor feita por fãs/ @discografiamundialderobertocarlos)
 - Facebook).


Fui procurar por informações sobre Red Wagner e só encontrei vendas pelo Mercado Livre do seu primeiro e talvez o único compacto simples gravado em 1980 sob a produção do grupo The Fevers. Procurei também pelo vídeo-áudio do compacto no YouTube e, para a minha alegria _e a de outros curiosos_ achei (clique aqui). 

 

Trilha sonora




A trilha sonora de "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" teve o mesmo sucesso que o filme com canções de destaque como "Eu Sou Terrível" (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos), a clássica "Como É Grande O Meu Amor Por Você",  "Quando" e "Por Isso Corro Demais", as últimas três escritas por Roberto.
O LP foi lançado em novembro de 1967 e gravado entre 16 e 18 de agosto, com exceção da faixa "Eu Sou Terrível", gravada em outubro, quando finalmente a briga de um ano entre Roberto e Erasmo Carlos, os autores da canção, esfriou. A última faixa, "Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim" (de Rossini Pinto), foi gravada nas sessões do disco do ano anterior e lançada em compacto simples em março de 67.
O disco teve a participação de inúmeros músicos de estúdio, incluindo naipe de metais, quarteto de cordas, flauta, gaita, além da base ter sido feita por alguns membros de Renato e seus Blue Caps e alguns músicos do RC-5 e da banda de Lafayette. O tecladista Lafayette teve contribuição decisiva e brilhante em quase todas as faixas, substituindo eventualmente o órgão hammond por piano e cravo.
O LP foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 24º melhor disco brasileiro de todos os tempos.


Contracapa do LP

"Roberto Carlos em Ritmo de Aventura"
Roberto Carlos
(P) 1967 Discos CBS, Columbia Broadcasting System / Companhia Brasileira de Som (hoje Sony Music Entertainment Brasil)
Ouça o álbum pelo Spotify (para a versão gratuita, recomendado pelo computador ou notebook): https://open.spotify.com/album/3KeKUu9wPs4UblQt710AVl
Ou pelo YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=cyDbJ5o8yLg

1- Eu Sou Terrível
Escrita por Erasmo Carlos e Roberto Carlos

2- Como É Grande O Meu Amor Por Você
Escrita por Roberto Carlos

3- Por Isso Corro Demais
Escrita por Roberto Carlos

4- Você Deixou Alguém A Esperar
Escrita por Edson Ribeiro

5- De Que Vale Tudo Isso
Escrita por Roberto Carlos

6- Folhas De Outuno
Escrita por Francisco Lara  e Jovenil Santos

7- Quando
Escrita por Roberto Carlos

8- É Tempo De Amar
Escrita por José Ari e Pedro Camargo

9- Você Não Serve Pra Mim
Escrita por Renato Barros

10- É Por Isso Que Estou Aqui
Escrita por Roberto Carlos

11- O Sósia
Escrita por Getúlio Côrtes

12- Só Vou Gostar De Quem Gosta De Mim
Escrita por Rossini Pinto

Fontes:
*Livro "Roberto Carlos Por Ele Mesmo", de Lázaro Martins (Martin Claret, 1994)

*(sobre o dublê e a seleção de elenco) Livro "Roberto Carlos Outra Vez" de Paulo Cesar de Araújo (Editora Record, 2021)

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil