"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Especial Roberto Carlos em Santa Catarina - parte 2 - 21 anos de minha admiração pelo rei

Capítulo de hoje: 21 anos de minha admiração pelo rei

#RobertoCarlosEmBalneárioCamboriú


O jovem Roberto Carlos com sua guitarra e traje à Beatles.


Roberto Carlos na década de 70 quando ainda fumava seu cachimbo


Acreditem se quiser, o ídolo da minha pré-adolescência é o Roberto Carlos. Foi a partir do ano de 1995, quando eu tinha uns 13 anos de idade (desculpa, Roberto, sei que você não gosta do número...). E você deve pensar "como é que alguém que era da geração que curtia os Raimundos, os Mamonas Assassinas, as Spice Girls, Skank e É o Tchan pôde se render ao artista que praticamente não era do seu tempo?". Lógico, eu também curtia essa turma, colecionava revistas teen, comprava CD's de alguns desses ídolos e, em festas, eu era uma menina quieta e comportada até soltarem "Wannabe" (de Spice Girls, Matt Rowe e Richard Stannard, 1996) e "Pelados em Santos" (de Dinho, 1995) pelo aparelho de som, afinal eu também era adolescente. Mas a minha admiração maior mesmo era pelo rei Roberto Carlos, na época 54 anos de idade, 30 de Jovem Guarda... é isso mesmo! Foi através desse movimento encabeçado pelo cantor que até então eu não sabia que existia que eu virei fã dele. Eu acostumada a ver o Roberto Carlos romântico, conservador e religioso não sabia que nos loucos anos 60, a década mais querida por muitos e até mesmo por quem não viveu como é o meu caso, ele era mais solto e cheio de atitude, um roqueiro que, com sua guitarra, cantava músicas que falavam de paqueras e carangos (carros) feitas para dançar, zoar, sair do chão... Enfim, música destinada à juventude. Um repertório influenciado nos Beatles, Elvis Presley, Bill Halley and the Comets e Beach Boys. Como também não sabia que o Roberto mal podia pôr os pés na rua que uma multidão de brotos (garotas) correria freneticamente atrás dele. Bem típico de uma beatlemania, mesmo (I wanna hold your hand!). O rei das garotinhas. O favorito da juventude. Uma brasa, mora?



Mas a minha admiração por ele firmou mesmo no dia 4 de outubro do mesmo 1995, quando eu tive a oportunidade de assistir pela TV ao filme "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura" gravado durante este movimento juvenil brasileiro. Eu já tinha ouvido falar nesse filme, mas nunca sabia como era, então eu vi só por curiosidade. O longa, além de me fazer sentir o gostinho dos anos 60, me impressionava  com o Roberto Carlos "terrível", ou melhor, cheio de energia e de rock and roll (e muita fofura na cara!). A música da trilha sonora que me arrepiou e me fez gostar de vez dele foi "Você Não Serve Pra Mim" (de Renato Barros, 1967) graças à guitarra elétrica que dava mais vigor à canção e a uma pausa que quebrava o refrão. Esta canção foi executada durante a cena em que o rei lançava bombas em um campo minado contra uma quadrilha que o perseguia.



Cenas do filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (gravado em 1967 e lançado em 1968)

Em menos de dois anos, 1997, é que eu comecei a descobrir como era o Roberto Carlos na década seguinte através dos discos de vinil que as amigas da mamãe me emprestaram. Uma transição surpreendente de Roberto Carlos rebelde e roqueiro para Roberto Carlos contido e romântico. Tão romântico quanto o figurino o qual ele passou a usar partir de 1975, 76, por aí, como visto na foto abaixo da cena do especial de 1979.

Gente, para tudo! 

Muitos podem pensar o contrário, mas eu acho esse traje maravilhoso. O paletó sobre a camisa com primeiros botões abertos (em algumas vezes deixando o seu famoso medalhão à mostra), um cravo branco ou vermelho enfeitando a gola do paletó, um lenço combinando no pescoço... uma graça!
A qualidade das canções e as orquestras americana por grandes maestros internacionais e brasileira pelo Chiquinho de Moraes que embelezavam seus discos, a principal característica dos seus álbuns ao longo da década, também foram os que mais me deixavam fascinada.
Tudo bem, muita gente vai desdenhar do que eu vou dizer, mas, na minha opinião, Roberto Carlos era praticamente um símbolo sexual da música brasileira durante a década de 1970. E eu não falo isso em vão. Se tirássemos um tempinho para ouvir os discos lançados nessa época, perceberíamos que a maior parte do repertório era de canções românticas mais sensuais, mas sem apelarem para a vulgaridade (o próprio cantor admite que toma esse cuidado): "Os Seus Botões" (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1976), "O Gosto de Tudo" (de Roberto e Erasmo, 1980), "A Primeira Vez" (de Roberto e Erasmo, 1978), "Pelo Avesso" (de Isolda Bourdot e Milton Carlos, 1976), "Proposta" (de Roberto e Erasmo, 1973)... Inclusive, nesse meio tempo, ele até foi chamado de "o rei dos motéis"(!) Eu só soube dessa quando eu comprei há poucos anos no sebo a falecida Revista Amiga (edição 554 de 31 de dezembro de 1980) com Roberto Carlos e os filhos ainda pequenos na capa. A revista dizia que o cantor, de maneira alegre e descontraída, declarava ao público durante as gravações do especial daquele ano: "outro dia o Segundinho [Dudu Braga, filho do cantor, na época com 12 anos] chegou para mim com uma revista Amiga(...): 'pai, está escrito aqui que você é o rei dos motéis. É verdade, pai?' Ora, como é que a gente vai explicar para uma criança o que é um motel? Se bem que Segundinho já deve estar super por dentro". Ai!...
A partir daí comecei a colecionar CD's antigos e "novos" dele, fotos e pôsteres de lançamentos de CD's "recentes" que eu recebia de uma loja. Até eu mesma a princípio achei estranho uma adolescente não colecionar coisas de ídolos do seu tempo como todas da minha idade faziam, mas eu me divertia muito e os comentários preconceituosos de que uma garota não podia curtir o que fosse fora de sua época que se danavam. Enfim, Roberto Carlos é o meu primeiro ídolo. Eu cresci ouvindo-o. Polemicas involuntárias do rei à parte, ele é um ótimo artista. Um ótimo cantor e compositor que deixou um ótimo legado artístico. São 21 anos de minha admiração por ele.



Olha só os desenhos que eu fiz das capas de CD's de Roberto Carlos. Eu os fiz em um papel sulfite em 1998, quando eu tinha 16 anos. 

Na próxima semana: curiosidades sobre o rei (link seguinte). Até lá! :*
http://jotadejeane.blogspot.com.br/2016/09/especial-roberto-carlos-em-santa.html

Vejam outros posts da série "Especial Roberto Carlos em Santa Catarina:
http://jotadejeane.blogspot.com.br/search/label/Especial%20Roberto%20Carlos%20em%20SC




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